A imunoterapia com anticorpos monoclonais (mAbs) representa uma alternativa terapêutica à quimioterapia e à radioterapia, apresentando uma especificidade molecular e toxicidade menor que estes tratamentos convencionais. Contudo, seu elevado custo é uma barreira para a adoção desta abordagem terapêutica. O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil dos pacientes oncológicos tratados com mAbs na Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) entre os anos de 2014 e 2019. Trata-se de uma análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes tratados com mAbs, acerca do perfil sócio-econômico-demográfico do paciente, tipo de tratamento realizado, tipo de neoplasia diagnosticada, estadiamento, presença ou não de metástases, tipo de mAb utilizado e dados acerca do agente financiador do tratamento. O presente projeto foi submetido à apreciação em comitê de ética e apresenta Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) sob número 16202919.5.0000.5294. A partir do banco de dados da LMECC, 159 prontuários foram selecionados de acordo com os critérios de elegibidade: ter sido tratado na LMECC entre os anos de 2014 e 2019; ser ou ter sido tratado com mAbs; ser ou ter sido paciente oncológico pediátrico ou adulto. Foram excluídos da pesquisa quaisquer prontuários que não apresentaram informações suficientes sobre o paciente, progressão da doença e do tratamento utilizado. Em relação aos prontuários incluídos no estudo, a média de idade dos pacientes é 61,05 anos, com intervalo de 21 a 90 anos, onde a maioria é do sexo feminino (60%), de etnia branca (68%), residentes em Mossoró (59%), sendo agricultores (18%) e aposentados (16%), com principal órgão financiador do tratamento o SUS (81%). Mais da metade dos pacientes foram diagnosticados com linfoma não-Hodgkin (45%) e neoplasia maligna da mama (23%). Quanto ao estadiamento, a maioria dos prontuários estava sem classificação aparente nos sistemas TNM (33%), seguidos dos casos com classificação IV (28%), III (23%), II (11%) e I (6%); 15% dos pacientes foram diagnosticados com metástase. Seis anticorpos monoclonais foram utilizados, empregados em diferentes abordagens terapêuticas, sendo o mais usado o Rituximabe (84 procedimentos), seguido do Bevacizumabe (71), Nivolumabe (8), Brentuximabe (6), Ipilimumabe (4); e Denosumabe (1). 10 pacientes trocaram de tratamento durante o período analisado, enquanto 1 paciente realizou a troca de protocolo duas vezes, totalizando 171 protocolos de tratamento diferentes. Hábitos e vícios dos pacientes, além de casos de câncer na família também foram analisados e compilados: 27% dos pacientes confirmaram tabagismo e/ou etilismo; e 21% dos pacientes relataram casos de câncer em parentes. Para a análise do desempenho do tratamento os pacientes foram classificados em: tratamento concluído com sucesso e em fase de acompanhamento (24%); ainda em processo terapêutico (35%); pacientes cuja doença progrediu e interromperam o uso dos mAbs (7%); pacientes que apresentaram toxicidade e/ou aversão à terapia com mAbs (10%); e ainda pacientes que, por motivos não descritos, não retornaram a LMECC para dar continuidade ao tratamento (29%). Concluindo, a terapia antineoplásica com mAbs utilizada pelos pacientes incluídos nesse estudo afirma a relevância desse tipo de imunoterapia, uma vez que possibilitou a sobrevida de 59% dos indivíduos tratados.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas